segunda-feira, 27 de julho de 2015

Confuso

Imagem de autoria de Paulo Medeiros

Sei lá como tudo se passa,
Parece ser tão confuso,
Suas letras giram como parafuso,
São tantos rascunhos apenas em um segundo.

Palavras embaralhadas,
Sobre um papel escritas,
Cheiro de perfume doce,
Para tranquilizar a vida.

Causando confusão à mente,
Você lê mais não entende,
E o gozo se da por isso,
Gozar de curiosidade,
Talvez o dito perfume seja minha vaidade.

Talvez todas as palavras,
Sejam mesmo uma só,
Talvez pareçam confusas,
E na mente darem um nó.

Mas abra bem os seus olhos,
E leia com atenção,
Você não entende com a mente,
Mas sim com o coração.

Escrevi esse poema,
Sem ter ao certo um cunho,
Mas se bem que essas palavras,
São apenas um rascunho. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Realismo

Do blog Brilhantes Negócios

Sei lá como chego a minha alegria!
Vendo pássaros voando no céu?
Vendo flores desabrochando romanticamente?
Não tenho certeza,
São coisas tão repetitivas!

Parece que estou me tornando anormal,
Cansei das velhas historinhas de amor,
Sempre com o mesmo final sarcástico!
Que saco!

Vomitei os Romeus e as Julietas,
Acordei pra realidade!
Que tal escrever sobre os verdadeiros romances?
Será assim tão difícil?

Libertei-me desses finais lendários,
Caí na realidade.
Escrevo aquilo que vejo,
E não gero tantas esperanças de um final feliz. 

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Do meu observatório do décimo primeiro andar



Até os meus dezesseis anos, morava no décimo primeiro andar de um prédio, parece de vista, um pouco chato, subir e descer em elevadores a todo o momento para poder chegar em casa, nossa que saco. Mas na verdade, eu achava um máximo o lugar onde morava, e foi lá, que com algumas observações sobre o modo de viver das pessoas, eu pude montar meu observatório particular.
            De lá eu observava cada movimento que as pessoas faziam, e elas se movimentam muito, nunca param, olhando de cima, parecia mais um formigueiro em trabalho, juntando comida para o inverno, de vez enquanto tinha aquela velha cigarra que só levava o tempo em vadiar. O modo como às pessoas viviam no começo parecia até engraçado – daquela altura, eram como bonequinhos para mim, bonequinhos que pareciam nunca parar –, gostava muito de brincar com eles, mas eles duravam pouco tempo, com o passar dos dias, os bonequinhos começavam a dar defeitos e de repente paravam.
            Desenrolando toda essa imaginação do observatório mágico, montado por mim na varanda do meu apartamento, vocês esperavam um texto cheio de historinhas e piadinhas. Do meu observatório já podia imaginar o que viria em um futuro próximo. As patologias que são incansavelmente estudadas são na verdade, o que as pessoas procuram incansavelmente todos os dias, e quando acham ficam tentando olhar para trás para procurar onde foi que elas erraram, porém não conseguem, pois os problemas ósseos, desencadeados da caminhada incansável de todos os dias, já tomam conta de seu corpo, impedindo-as de se movimentar.
            Os desgastes diários com a família e/ou com os amigos geram transtornos mentais, que são desenvolvidos pela sobrecarga colocada em suas mentes, mentes essas que não tem o direito de um descanso saudável, pois deve estar ligada a toda hora. Só consegue mesmo descansar quando é presenteada com uma depressão e passa a viver sobre o uso de medicamentos controlados.
            Essas observações não são historinhas mágicas ou piadinhas, mas é a minha e a sua realidade, e futuramente será a realidade dos seus filhos, dos seus netos, e do restante de seus descendentes. Sabe o que você pode fazer pra mudar isso? Apenas orar, pois o câncer social já está em fase terminal, os pulmões do mundo já estão cansados de toda a poluição gerada por mim e por você. O cérebro já está com depressão profunda, e já quase tentou suicídio. O coração está cansado e está quase parando. O sangue está escuro e sujo, e o limpo que ainda resta está quase acabando. A hora de pedir socorro já chegou, mas quase ninguém enxerga isso.