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do site: conhecendo-a-arte.blogspot.com
Fazendo minhas caminhadas diárias,
avistei ao longe uma casa muito bonita, de um formato nunca visto, era redonda,
nas paredes estavam pintados alguns desenhos muito estranhos que eram divididos
por uma maior parte azul. Caminhei em direção àquela casa, impressionado com
tamanha beleza, seus habitantes deviam ser muito felizes e ricos. Chamei na
campainha. Abriram uma de suas janelas. Era uma mulher – de olhar triste e
choroso –, cumprimentei-a com um bom dia, mas ela me respondeu: “bem que eu
queria que meus dias fossem bons”.
Fiquei
indignado com sua resposta e sem saber o que dizer. Perguntei o que estava
acontecendo e quem eram os habitantes daquela enorme casa redonda. Ela me
respondeu: – Aqui temos todos os tipos de pessoas, de todas as raças e cores,
formamos um planeta chamado “terra” –, todos esses desenhos são países e toda
essa parte azul é água, não água para beber, água apenas para lazer, que
chamamos de mar. Ela convidou-me para entrar e me disse que o nome do país que
eu iria ver agora era “Brasil”. Antes de entrar fiquei embelezado com um enorme
jardim verde que acercava uma parte da casa, mas logo fiquei triste ao vê-lo
ser destruído pelos próprios donos da casa. Entramos. Ela foi me apresentado
todos os cômodos da casa.
No primeiro quarto, morava uma mulher
muito rica, que administrava a tudo, contas, dinheiro e etc., tudo estava nas
mãos dela. O segundo quarto era enorme, lá estavam muitos homens e mulheres,
deveria haver ao todo umas quinhentas pessoas, eles discutiam, brigavam, mas
nunca chegavam a nenhum consentimento. No terceiro quarto, a maioria dos que
estavam lá eram homens, que decidiam o futuro de outros minúsculos cômodos da
casa, que foram apresentados a mim como “cidades”. No quarto, último e maior
quarto, estavam pessoas que assim como a mulher tinham um semblante triste e
choroso. Estavam sempre a trabalhar, nunca paravam. Alguns não trabalhavam e
eram jogados as margens daquele quarto e excluídos do meio das outras pessoas,
pois não geravam lucro para os quartos anteriores.
Continuando nosso passeio pela enorme
casa, entramos em um corredor muito esquisito, as paredes estavam manchadas de
sangue humano e os gritos eram enormes. Em uma das prateleiras do corredor
tinham um corpo sem vida, todo ensanguentado, como se estivesse sido
esfaqueado. Ela me apresentou aquele corredor como, “corredor da morte” e
disse-me que pessoas inocentes eram levadas a ele diariamente, para serem
mortas sem qualquer culpa. Pais de família, trabalhadores eram mortos por os
habitantes daquele corredor, que não eram julgados por nenhuma dessa mortes.
Chegamos à sala de jantar, em cima da
mesa ao invés de comida, tinham papéis, que a mulher me disse que eram chamados
de processos ou cláusulas. Quando eram colocados em cima daquela mesa, nunca
mais eram procurados novamente, às vezes não era dada nem atenção a eles. Eram
empilhados um por cima do outro.
Não avançamos mais nosso passeio, pois
se passavam das dez da noite e podíamos ser mortos andando há essa hora pelos
corredores (ruas) da casa. A mulher que não se identificou disse, – essa é
nossa realidade diária, é realmente o que vivemos aqui no Brasil, os outros
países, alguns são mais organizados e outros são piores que o nosso, a casa parece
ser muito bonita por fora, porém ao adentrarmos em todos os cômodos vemos uma
realidade totalmente diferente. A única coisa que ainda nos restava de bonito
era o jardim, porém começou a ser explorado e destruído e está sendo acabado
aos poucos –. Saí daquela casa com imensa decepção com o que vi um lugar que
tem tudo para ser perfeito, prefere ser obscuro.

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