quinta-feira, 28 de maio de 2015

Visitando um tal de "Brasil"


Fazendo minhas caminhadas diárias, avistei ao longe uma casa muito bonita, de um formato nunca visto, era redonda, nas paredes estavam pintados alguns desenhos muito estranhos que eram divididos por uma maior parte azul. Caminhei em direção àquela casa, impressionado com tamanha beleza, seus habitantes deviam ser muito felizes e ricos. Chamei na campainha. Abriram uma de suas janelas. Era uma mulher – de olhar triste e choroso –, cumprimentei-a com um bom dia, mas ela me respondeu: “bem que eu queria que meus dias fossem bons”.
            Fiquei indignado com sua resposta e sem saber o que dizer. Perguntei o que estava acontecendo e quem eram os habitantes daquela enorme casa redonda. Ela me respondeu: – Aqui temos todos os tipos de pessoas, de todas as raças e cores, formamos um planeta chamado “terra” –, todos esses desenhos são países e toda essa parte azul é água, não água para beber, água apenas para lazer, que chamamos de mar. Ela convidou-me para entrar e me disse que o nome do país que eu iria ver agora era “Brasil”. Antes de entrar fiquei embelezado com um enorme jardim verde que acercava uma parte da casa, mas logo fiquei triste ao vê-lo ser destruído pelos próprios donos da casa. Entramos. Ela foi me apresentado todos os cômodos da casa.
No primeiro quarto, morava uma mulher muito rica, que administrava a tudo, contas, dinheiro e etc., tudo estava nas mãos dela. O segundo quarto era enorme, lá estavam muitos homens e mulheres, deveria haver ao todo umas quinhentas pessoas, eles discutiam, brigavam, mas nunca chegavam a nenhum consentimento. No terceiro quarto, a maioria dos que estavam lá eram homens, que decidiam o futuro de outros minúsculos cômodos da casa, que foram apresentados a mim como “cidades”. No quarto, último e maior quarto, estavam pessoas que assim como a mulher tinham um semblante triste e choroso. Estavam sempre a trabalhar, nunca paravam. Alguns não trabalhavam e eram jogados as margens daquele quarto e excluídos do meio das outras pessoas, pois não geravam lucro para os quartos anteriores.
Continuando nosso passeio pela enorme casa, entramos em um corredor muito esquisito, as paredes estavam manchadas de sangue humano e os gritos eram enormes. Em uma das prateleiras do corredor tinham um corpo sem vida, todo ensanguentado, como se estivesse sido esfaqueado. Ela me apresentou aquele corredor como, “corredor da morte” e disse-me que pessoas inocentes eram levadas a ele diariamente, para serem mortas sem qualquer culpa. Pais de família, trabalhadores eram mortos por os habitantes daquele corredor, que não eram julgados por nenhuma dessa mortes.
Chegamos à sala de jantar, em cima da mesa ao invés de comida, tinham papéis, que a mulher me disse que eram chamados de processos ou cláusulas. Quando eram colocados em cima daquela mesa, nunca mais eram procurados novamente, às vezes não era dada nem atenção a eles. Eram empilhados um por cima do outro.
Não avançamos mais nosso passeio, pois se passavam das dez da noite e podíamos ser mortos andando há essa hora pelos corredores (ruas) da casa. A mulher que não se identificou disse, – essa é nossa realidade diária, é realmente o que vivemos aqui no Brasil, os outros países, alguns são mais organizados e outros são piores que o nosso, a casa parece ser muito bonita por fora, porém ao adentrarmos em todos os cômodos vemos uma realidade totalmente diferente. A única coisa que ainda nos restava de bonito era o jardim, porém começou a ser explorado e destruído e está sendo acabado aos poucos –. Saí daquela casa com imensa decepção com o que vi um lugar que tem tudo para ser perfeito, prefere ser obscuro. 

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